O encontro contou com a presença de técnicos da empresa de saneamento, que ouviram as reivindicações da população em busca da qualidade das praias.
No dia 12 de Maio, técnicos da Sabesp e representantes da Sociedade Civil de Ilhabela se reuniram na sede do Parque Estadual para discutir os graves problemas de balneabilidade que afetam as praias do município. O debate integra o Processo de Diálogo Permanente entre a empresa responsável pelo saneamento e a população, e tem o objetivo de compartilhar informações e buscar soluções.
A reunião foi aberta pela bióloga e pesquisadora do projeto Biota Araçá/IO/USP, Cláudia Regina dos Santos que, devido à sua experiência, foi convidada e gentilmente aceitou mediar o debate. Ela expôs as regras para manifestação do público e respostas dos técnicos responsáveis e fez a leitura de uma carta aberta enviada ao Governador Geraldo Alckmin, assinada por 12 entidades de Ilhabela que reivindicam soluções para as péssimas condições de balneabilidade de diversas praias da região.
Em seguida, os técnicos da Sabesp traçaram um panorama do sistema de coleta de esgoto implantado e em funcionamento até o momento, forneceram dados técnicos sobre a operação do emissário submarino do Itaquanduba, destacaram problemas como as ocupações desordenadas e a falta de adesão de parte da população, que não liga seus imóveis à rede, e falaram sobre os próximos investimentos previstos.
Encerrada a apresentação, Carlos Nunes, do Instituto Ilhabela Sustentável, mostrou dados oficiais, divulgados pela CETESB, que apontam que os índices de balneabilidade das praias de Ilhabela pioraram muito após a ampliação do sistema de tratamento de esgoto, transformando-a na pior cidade do Litoral Paulista no quesito Saneamento Básico, com nota 1,76 (em uma escala de 0 a 10).
A última etapa da reunião contou com a manifestação de membros da sociedade civil, representantes de entidades e do poder legislativo, que questionaram diversos aspectos da operação e eficiência do sistema de coleta e disposição de esgoto implantado pela Sabesp e exigiram soluções para a questão, que além de representar um grave problema de saúde pública e causar sérios impactos ambientais, prejudica a atividade turística, principal fonte de renda do município.
Com mais de três horas de duração, o encontro terminou, entre outras, com as seguintes ideias, propostas e compromissos:
– Ampliar o número de reuniões com a Sabesp (a sugestão é que elas aconteçam a cada dois meses);
– A Sabesp se reunirá com a Prefeitura para discutir a questão da balneabilidade;
– Será solicitada à Câmara Municipal a convocação de uma nova Audiência Pública sobre o tema.
– Será pedido ao Ministério Público que, por meio do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (GAEMA), faça a convocação de uma reunião entre todos os envolvidos na questão (Poder Público Municipal, Sabesp e CETESB, entre outros).
– Os representantes da Sociedade Civil levarão um documento com dados e reivindicações para a Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, que fará uma apresentação sobre o tema no dia 29 de maio.
– A Sabesp analisará um estudo realizado pela GEOTECH sobre ligações clandestinas em Ilhabela.