3º Fórum Municipal de Mobilidade Urbana marca o lançamento do projeto MobCidades em Ilhabela
Com foco no monitoramento do orçamento e na incidência em políticas públicas de mobilidade, iniciativa reúne dez municípios integrantes da Rede Social Brasileira por Cidades Justas, Democráticas e Sustentáveis.
O Instituto Ilhabela Sustentável escolheu o dia 22 de setembro, data em que é celebrado o Dia Mundial sem Carro, para lançar oficialmente o projeto MobCidades – Mobilidade, Orçamento e Direitos, um amplo programa de promoção da participação popular na gestão da mobilidade urbana, com foco na garantia do direito à cidade e ao transporte, que vai capacitar representantes de 50 entidades para exercer o controle social e incidir na elaboração e aplicação de políticas públicas em seus municípios.
Promovido pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), com apoio da União Europeia e em parceria com 10 organizações integrantes da Rede Social Brasileira por Cidades Justas, Democráticas e Sustentáveis, o projeto será realizado nos municípios de Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Ilhabela (SP), Ilhéus (BA), João Pessoa (PB), Piracicaba (SP), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), São Luís (MA) e São Paulo (SP).
A iniciativa foi lançada durante a abertura do 3º Fórum Municipal de Mobilidade Urbana, evento que integra a programação da Semana da Mobilidade e foi promovido pelo IIS, em parceria com a Prefeitura, com o objetivo de debater temas prioritários como Transporte Público, Trânsito, Incentivo ao uso da Bicicleta, Acessibilidade, Travessia da Balsa e Transporte Aquaviário, além de apresentar Indicadores, propostas e projetos, com a participação de convidados e especialistas de diversas áreas.
Participaram do evento representantes da Câmara Municipal e da Prefeitura, de entidades e organizações da sociedade civil, cidadãos interessados no futuro de Ilhabela e um grupo de alunos do Colégio São João.
O encontro foi aberto por Carlos Nunes, que anunciou o lançamento do MobCidades e em seguida apresentou alguns Indicadores de Mobilidade Urbana do município, mostrando estatísticas de uso dos modais de transporte, chamando a atenção para o aumento expressivo da frota de veículos, que em 18 anos cresceu quase quatro vezes, enquanto a malha viária permanece a mesma. Também destacou o alto número de acidentes de trânsito, o alto grau de investimento em pavimentações, que favorecem o uso de automóveis, e a destinação de poucos recursos aos projetos de urbanismo, que deveriam estimular os deslocamentos a pé e de bicicleta.
Diretor financeiro da Secretaria da Saúde e presidente do COMUS, Luiz Mário de Almeida, o Marinho, abordou os impactos dos acidentes de trânsito nos serviços de saúde pública e no orçamento municipal, além de chamar a atenção para os danos, muitas vezes irreversíveis, causados à vida de um acidentado. Em dois casos reais emblemáticos, ele mostrou quantos profissionais, serviços, equipamentos e insumos podem estar envolvidos no atendimento a um único paciente e lembrou que, muitas vezes, todos os esforços possíveis não são suficientes para salvar a vida.
Convidados para falar sobre acessibilidade, Teo Uberreich e Lucas Andrade contaram os desafios e dificuldades enfrentados em seu dia a dia. Teo lembrou que a acessibilidade é um dos aspectos da mobilidade, que deve garantir às pessoas com deficiência a possibilidade de acessar os equipamentos urbanos e tudo o que a cidade oferece, permitindo que elas tenham a máxima autonomia possível. Lucas destacou que projetos de acessibilidade e inclusão são fundamentais tanto para os moradores de Ilhabela quanto para turistas e visitantes, e que eles devem ir além de espaços urbanos bem estruturados, considerando também a inclusão das pessoas com deficiência nestes ambientes.
O evento contou ainda com apresentações como a de Luciano Krob Meneghetti, Diretor de Planejamento da Secretaria de Turismo, que ressaltou o desafio de desenvolver um planejamento estratégico de mobilidade de forma transversal, e falou sobre os projetos previstos para os próximos anos, com investimentos que devem estimular e favorecer o uso da bicicleta, tanto por moradores quanto por turistas, além da implantação de modais alternativos, como ônibus turísticos e transporte aquaviário.
James Aboud, ex-diretor de Trânsito e ex-gerente de travessias da Dersa, abordou os principais problemas da travessia entre Ilhabela e São Sebastião, destacou a importância da formação de uma comissão de acompanhamento dos serviços prestados pela concessionária e falou sobre possibilidades como a municipalização da travessia, entre outros assuntos.
Na última apresentação do Fórum, Alexandre Dória, do Departamento de Trânsito de Ilhabela, apresentou o recém lançado projeto EDITRANS – Programa Municipal Educando Ilhabela para um trânsito Seguro, iniciativa focada na educação e na conscientização, que propõe uma ação multissetorial, envolvendo poder público e sociedade civil em discussões sobre o tema “acidentes de trânsito”, chamando a atenção para os altos índices de mortes, feridos e sequelados permanentes no trânsito no Brasil e no mundo, e mobilizando governo, empresas, organizações e sociedade civil em busca de modelos de mobilidade mais seguros.
Em seguida, Osvaldo Julião, Secretário de Administração, afirmou que a atual gestão vem trabalhando em diversos temas ligados à mobilidade e prevê investimentos em vários segmentos. Informou que a instalação de um bolsão de estacionamento em São Sebastião está em discussão, que o PPA 2018 prevê recursos para a instalação de ciclovias no sul e no norte e que um aplicativo para fila virtual da balsa será lançado em breve. Destacou que o Prefeito tem sido enfático com o Governo do Estado em relação à travessia da balsa e assumiu o compromisso de verificar os problemas apontados por Teo Uberreich nas plataformas dos ônibus que operam o transporte público.
Carlos Nunes encerrou o encontro convidando o público presente a participar e enviar suas propostas e sugestões, e destacou a importância de dar andamento ao Plano Municipal de Mobilidade Urbana, que atualmente está parado. Ele aproveitou a ocasião para solicitar aos representantes da atual Administração, o compromisso de reiniciá-lo.
Todas as propostas serão consolidadas em demandas coletivas e darão origem a um documento que será apresentado aos representantes do poder público para servir de subsídios ao PPA – Plano Plurianual 2018-2021.
As sugestões devem ser enviadas pelo link: https://goo.gl/V6YFqT