Relatório mostra o retrato da qualidade da água nas bacias hidrográficas da Mata Atlântica.
Lançado em março de 2025, o documento reúne os resultados das análises feitas entre janeiro e dezembro de 2024, que indicam uma estagnação na qualidade da água dos rios da Mata Atlântica monitorados, sem avanços significativos.
Ao longo do ano, foram realizadas 1.160 análises em 145 pontos de coleta, distribuídos em 112 rios e corpos d’água, abrangendo 67 municípios de 14 estados da Mata Atlântica. No total, 111 grupos voluntários participaram do levantamento. Os resultados apontam que:
- 11 pontos (7,6%) apresentaram qualidade boa;
- 109 (75,2%) ficaram na categoria regular;
- 20 (13,8%) foram classificados como ruins;
- 5 (3,4%) atingiram a pior classificação, péssima.
Mais uma vez, nenhum ponto registrou qualidade ótima.
Apesar desse cenário preocupante, 83,8% dos pontos analisados ainda possuem condições para usos múltiplos da água, como agricultura, indústria, abastecimento humano, dessedentação animal, lazer e esportes.
Ao comparar os dados de 127 pontos monitorados tanto em 2023 quanto em 2024, observa-se uma leve piora na média da qualidade da água:
- 11 pontos foram classificados como bons (contra 10, em 2023);
- 96 mantiveram-se regulares (eram 101 no ano anterior);
- 16 foram considerados ruins (12, em 2023);
- 4 permaneceram péssimos, nos mesmos locais do ano anterior, incluindo o rio Pinheiros, na cidade de São Paulo (SP), e o ribeirão dos Meninos, em São Caetano do Sul (SP).
Os resultados dos monitoramentos de 2024 evidenciam que a situação dos rios da Mata Atlântica ainda está longe da ideal: menos de 10% dos pontos analisados possuem qualidade boa e nenhum alcança o nível ótimo.
O alerta sobre a fragilidade ambiental dos rios da Mata Atlântica permanece. A predominância da qualidade regular (75,2% dos pontos) exige atenção redobrada de gestores públicos e da sociedade. Em um cenário de emergência climática, a degradação dos recursos hídricos é um fator crítico, pois poluir um rio é infinitamente mais rápido do que recuperá-lo. Nossos rios estão por um triz – e a urgência de ações efetivas nunca foi tão grande.