Encontro apresentou os Indicadores de Qualidade de Vida e Gestão Pública, os resultados da Pesquisa de Percepção Cidadã e teve palestras de Ricardo Young e Regina Monteiro.
No último dia 21 de outubro, o Instituto Ilhabela Sustentável promoveu a 10ª edição de seu evento anual. O encontro contou com a participação de cerca de 150 pessoas, que tiveram a oportunidade de conhecer os resultados da Pesquisa de Percepção Cidadã e um resumo dos Indicadores de Gestão Pública e Qualidade de Vida consolidados anualmente pela entidade.
Ao abrir o evento, Caio Kugelmas, presidente do Instituto, destacou a necessidade do estabelecimento de um novo modelo de gestão pública em Ilhabela e ressaltou a importância da participação da sociedade civil neste processo, que pode transformar nosso município em um exemplo para o Brasil e para o mundo.
Em seguida, ele cedeu a palavra ao prefeito eleito, Márcio Tenório, que reafirmou seu compromisso assumido durante a campanha de exercer uma gestão participativa, destacou a importância do respeito aos recursos públicos e reconheceu a relevância do trabalho do Instituto e da atuação da sociedade civil organizada de Ilhabela.
Ao apresentar o resumo dos Indicadores de Qualidade de Vida e Gestão Pública de Ilhabela, Carlos Nunes, diretor executivo do IIS, destacou a evolução das receitas do município, que em 2009 somavam R$ 79 milhões e em 2017 podem chegar a R$ 468 milhões por conta da arrecadação de royalties da exploração de petróleo e gás. Ele também mostrou quem em 2016 a receita per capita foi de R$ 13.458, enquanto a média nacional é de R$ 2 mil e no Estado de São Paulo é de R$ 2,9 mil.
A apresentação esclareceu que, mesmo com recursos abundantes, indicadores importantes como os de Educação e Saneamento Básico não apresentaram evolução, ressaltando a necessidade de rever as prioridades de investimento do município.
Convidada para falar sobre o Plano de Paisagem Urbana de Ilhabela, a arquiteta e urbanista Regina Monteiro abordou a importância da compreensão dos diversos conceitos de paisagem e sua influência na qualidade de vida nas cidades.
Com o tema “A agenda da sustentabilidade, do local ao global”, a palestra do Prof. Dr. Ricardo Young lançou ao público o desafio da criação de um novo modelo de gestão pública, tomando como base a teoria da complexidade e considerando que só é possível construir um mundo sustentável a partir de cidades sustentáveis.
Na última apresentação da noite, Georges Henry Grego, vice-presidente do Instituto, expôs os dados da Pesquisa de Percepção Cidadão, que entrevistou 400 pessoas, revelando como a população percebe a qualidade dos serviços públicos. O primeiro destaque positivo é que, seguindo a tendência dos anos anteriores, 83% da população considera Ilhabela um local bom ou ótimo para viver. Outra boa notícia é que 63% dos entrevistados declarou que conhece ou já ouviu falar do Instituto Ilhabela Sustentável.
Nos pontos negativos, o destaque foi para a queda na avaliação da administração municipal e da Câmara de Vereadores, além da diminuição geral no nível de confiança na maioria das instituições. Entre os principais problemas da cidade, o mais citado é o baixo índice de coleta e tratamento de esgotos, com cerca de 40% de menções. O segundo problema, citado por 1/3 dos entrevistados, passou a ser o Serviço de Travessia da Balsa, seguido pela má qualidade do ensino e pelo mau atendimento em hospital.
No final do evento, os palestrantes responderam perguntas do público presente, em um debate produtivo e essencial para o futuro de Ilhabela. Jakow Grajew mediou a conversa e propôs uma reflexão sobre o impacto do grande aumento dos recursos municipais proporcionado pelos royalties.
Os dados apresentados no evento estão disponíveis no site: www.iis.org.br/evento2016
E o álbum de fotos está em nossa página no Facebook: https://goo.gl/4icND6