Ambientes costeiros e marinhos de SP ganham três projetos de conservação

Propostas selecionadas receberão o apoio do edital Costa Atlântica da SOS Mata Atlântica

 

A sétima edição do edital Costa Atlântica da Fundação SOS Mata Atlântica contemplou, no Estado de São Paulo, três projetos que irão ajudar na conservação e desenvolvimento das áreas costeiras e marinhas. Os projetos aprovados envolvem trabalho de capacitação de guias de pesca, conservação em reserva extrativista e melhorias em parques marinhos do Estado, em uma iniciativa que tem o patrocínio da Repsol Sinopec e Anglo American.

No sudeste do Estado, a crescente procura pelo Complexo Lagunar-Estuarino de Iguape e Cananéia como destino de turismo de pesca amadora aumentou a demanda por profissionais locais capacitados para atuar nesse mercado. Assim, a “Proposta de capacitação de guias de pesca e outros atores envolvidos no segmento da pesca esportiva no complexo lagunar-estuarino de Iguape e Cananeia, sudeste do Brasil”, um dos projetos aprovados no edital, se propõe a colocar em prática este programa de capacitação no segmento da pesca amadora, amparado por dados que foram gerados por outro projeto anterior, também apoiado pela SOS Mata Atlântica.  O responsável pelo projeto é Domingos Garrone Neto, professor do curso de graduação em engenharia de pesca da UNESP de Registro.

Outro projeto paulista é a “Avaliação da efetividade do Parque Estadual Marinho da Laje de Santos e das Estações Ecológicas Tupinambás e Tupiniquins, litoral de São Paulo”, que visa gerar subsídios para ajustes no manejo e as bases para o monitoramento de longo prazo dessas áreas.  Estas Unidades de Conservação (UC) estão entre as principais áreas de proteção integral marinhas em São Paulo, mas nunca foi possível avaliar com mais detalhe como elas contribuem para a conservação da vida marinha. O projeto também prevê interagir com os conselhos gestores dessas  UCs para discutir o tema “Avaliação da Efetividade” e a importância da sua prática para que essas áreas cumpram de forma continuada o seu papel na conservação da biodiversidade marinha.  O responsável pelo projeto é Fabio dos Santos Motta, professor do Departamento de Ciências do Mar da UNIFESP, Campus Baixada Santista.  A iniciativa conta também com a participação de pesquisadores das Universidades Federais do ABC, Rio de Janeiro e Paraíba e com as parcerias da Fundação de Apoio a Universidade Federal de São Paulo (Fap – UNIFESP),  do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Fundação Florestal. 

O terceiro projeto a ser executado em São Paulo é o “Caminhos do Quilombo – Programa de fortalecimento do turismo comunitário na Reserva Extrativista do Mandira”, que tem como objetivo contribuir para a conservação  da diversidade biológica na reserva através do fortalecimento da prática do turismo de base comunitária na Comunidade Quilombola do Mandira. Com ênfase na formação educacional e capacitação profissional direcionada a adolescentes, jovens e mulheres o projeto buscará promover valorizar o conhecimento tradicional comunitário incentivando a construção cooperativa de roteiros turísticos que destaquem suas riquezas naturais. O local possui manguezais muito bem conservados onde a comunidade realiza atividades de manejo sustentável – um dos principais destaques é o manejo da ostra do mangue. O projeto terá um sistema de gestão compartilhada que será construído de forma participativa com a responsabilidade de Sidnei Coutinho, coordenador comunitário e Fernando Oliveira Silva, biólogo, educador e produtor cultural.

O biólogo do Programa Costa Atlântica, Diego Igawa Martinez, ressalta a importância do edital. “Desde o primeiro até o sétimo edital, a SOS já conseguiu apoiar 37 projetos de outras instituições na área costeira e marinha. Esses projetos distribuem-se em 10 estados e apoiaram ações em 28 Unidades de Conservação. No segundo semestre de 2015, pretendemos lançar o oitavo edital e trabalhar ainda mais para incrementar os esforços de conservação na área marinha associada ao bioma Mata Atlântica”.

O programa Costa Atlântica existe desde 2006 e apoia o poder público e organizações da sociedade civil por meio do Fundo Costa Atlântica e do Fundo de Apoio às Unidades de Conservação Marinhas. O primeiro aposta em projetos de criação e consolidação de UCs marinhas e em iniciativas que aliem o uso responsável dos recursos naturais à conservação da biodiversidade. O segundo conta com a participação de doadores, pessoas físicas e jurídicas, para apoiar diretamente uma área marinha protegida e garantir a proteção, gestão e sustentabilidade no longo prazo.

As propostas que foram selecionadas receberão, ao todo, até R$ 300 mil para investir na proteção da biodiversidade e dos patrimônios naturais, históricos e culturais nas áreas litorâneas associadas à Mata Atlântica, e no desenvolvimento e melhoria na qualidade de vida das comunidades locais.

Para mais informações sobre o programa e o edital, acesse www.sosma.org.br/projeto/costa-atlantica/.

Sobre a SOS Mata Atlântica

A Fundação SOS Mata Atlântica é uma ONG brasileira que atua há 28 anos na proteção dessa que é a floresta mais ameaçada do país. A ONG realiza diversos projetos nas áreas de monitoramento e restauração da Mata Atlântica, proteção do mar e da costa, políticas públicas e melhorias das leis ambientais, educação ambiental, campanhas sobre o meio ambiente, apoio a reservas e unidades de conservação, dentre outros. Todas essas ações contribuem para a qualidade de vida, já que vivem na Mata Atlântica mais de 72% da população brasileira. Mais informações no site: www.sosma.org.br.

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